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domingo, 17 de março de 2013

Se me perseguiram a mim, perseguirão também a vós

O evangelho de hoje é tirado de João 15,18-21. Nele, Jesus fala aos discípulos sobre o ódio que o mundo pode ter para com eles. Se odeia os discípulos, por primeiro o mundo odiou a Ele. Se persegue os discípulos, Ele foi o primeiro a ser perseguido.
Jesus, no entanto, não temeu nem o ódio nem a perseguição. Pelo contrário, manteve-se fiel à vontade de Deus, seu Pai, para que o mundo pudesse perceber que poderia viver de uma lógica diferente, lógica esta baseada na obediência à missão recebida. A fidelidade vivida na palavra de Jesus é que fará com que o mundo mude a sua ideia a respeito dos cristãos.
 
Isto nos faz refletir sobre a nossa fé. Uma fé que precisa ser protegida e defendida com as armas é fraca. A história está consciente do paradoxo que faz com que a fé cristã se torne mais forte quando é perseguida. O sangue dos mártires, escreveu Tertuliano, é semente de novos cristãos.
Atualmente, o termo “mártir” está sendo usado de maneira imprópria para tudo. É usado para definir qualquer uma morte por uma causa, como o fazem os homens-bombas palestinos ou aqueles que morrem querendo promover uma revolução social em seu país. Também é usado pelos fanáticos que definem a sua ação como “guerra santa”.
 
Mas o verdadeiro martírio não provoca sofrimentos maiores para os outros nem para o próprio mártir, porque o verdadeiro mártir é aquele que dá testemunho de Cristo. Este sofre simplesmente porque é cristão!
Na história, o século XX, por exemplo, pode ser definido como o século do martírio. Nele, os cristãos armênios foram trucidados pela Turquia, os católicos foram esmagados no México, cremados na Alemanha nazista, deportados para os gulags na ex-União Soviética, na Europa do Leste, na China, no Vietnã e no Sudão. 
 
No mundo do século XXI, levanta-se um clamor por justiça no Iraque, no Egito e em outros países nos quais os cristãos são minoria e são mortos dentro das próprias igrejas durante as celebrações. No mundo descristianizado do Ocidente, que vive a falsa experiência da defesa das minorias, ninguém assume a defesa dos cristãos, como se todas as atrocidades cometidas no mundo desde o início do cristianismo fossem realizadas pela Igreja.
O elenco poderia continuar e, para falar das coisas que acontecem no nosso país, podemos dizer que há muitos católicos que enfrentam um martírio branco, isto é, sem derramamento de sangue, tentando viver a fé em um mundo em que cristãos de outras denominações os atacam somente porque querem manter a própria identidade na santidade, e muitos cristãos, até mesmo católicos, atacam a própria Igreja por causa do seu ensinamento no campo da moral, que tem por fundamento a revelação de Cristo.
Não fiquemos surpresos com isso, mas devemos nos alegrar e ficar felizes: Deus permite isso para que o mundo veja que nós somos amados por Ele e é assim que Ele nos salva. Nisso não somos diferentes de Jesus, mas podemos ter a certeza de que receberemos a nossa recompensa de acordo com a fidelidade a Deus que tivermos vivido no mundo.

terça-feira, 12 de março de 2013

Mais alvo que a neve 

Os Salmos 51 e 32 são salmos de penitência, escritos depois que Davi confessou seu pecado. Assim como o Salmo 32 faz alusão a vestimentas, para ilustrar o conceito da cobertura de Deus para o pecado, o Salmo 51 também menciona a figura das vestes como cobertura para o pecado. Mas no Salmo 51 a ênfase está nos agentes de lavagem e branqueamento usados para limpar as vestes, e em seu significado espiritual. Em outras palavras, nesse salmo, Davi metaforicamente lavou sua “roupa suja”.
No salmo 51:2, Davi pediu que Deus o lavasse completamente. O que essa lavagem implica? Como as imagens “Purifica-me com hissopo” e “mais alvo que a neve” (v. 7) nos ajudam a entender a natureza dessa limpeza?
A palavra que Davi usou, nesse caso, para lavar, é usada em outros lugares nas Escrituras para se referir à lavagem de uma vestimenta (Gn 49:11 Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à videira mais excelente; lavará as suas vestes no vinho e a sua capa, em sangue de uvas.e Êx 19:10 Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas vestes). Purificar sugere a ideia de fazer expiação pelo pecado. O hissopo, uma planta cinza-esverdeada, da família da manjerona, era usado como tempero e tinha propriedades medicinais; por isso, era tanto fator de nutrição quanto de cura. O hissopo, como Davi sabia muito bem, tinha uma longa história em Israel. Ela foi usada no primeiro ritual da Páscoa (Êx 12:22 Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia da porta da sua casa até pela manhã.), era usada no dia da purificação de um leproso ou uma casa (Lv 14:6 Tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o estofo carmesim, e o hissopo e os molhará no sangue da ave que foi imolada sobre as águas correntes. E, sobre aquele que há de purificar-se da lepra, aspergirá sete vezes; então, o declarará limpo e soltará a ave viva para o campo aberto. Lv 14:49 Para purificar a casa, tomará duas aves, e pau de cedro, e estofo carmesim, e hissopo,), e na oferta da novilha vermelha para a purificação de homens e de objetos impuros por causa do contato com mortos. Moisés usou hissopo na ratificação da aliança

porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo, dizendo: Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros. (Hb 9:19, 20).

Todos esses usos significam que o hissopo era um poderoso agente de limpeza. O uso de hissopo por Davi mostra que ele compreendia que somente o remédio com o maior poder purificador poderia limpá-lo da mancha do pecado. E esse remédio é o sangue expiatório de nosso Salvador.

7. No Salmo 51:10, Davi suplica que Deus crie nele um coração puro. O que significa ter um “coração puro”?

Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.  Salmo 51:10

Deus não apenas purifica o coração da iniquidade; Ele cria em Seu filho perdoado um novo coração. Um coração novo é uma nova mente. Paulo nos exorta: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2), “mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo” (Tt 3:5, 6).

A oração pelo perdão deveria sempre estar unida com a oração pela renovação do coração e vida santa. Davi desejava ser revestido de uma natureza inteiramente nova, nos aspectos mental e moral. Ele orava para ser firme na obediência e não ser privado da orientação do Espírito Santo.


 

sexta-feira, 8 de março de 2013

2 pedro 1.20-21


A Bíblia afirma ser inspirada por Deus. Isto pode não significar muito para quem não acredita nela, mas é uma afirmação importante, pois há poucos livros no mundo que afirmam ser inspirados por Deus. De fato, a maioria dos livros assume ser simples obra humana. O fato da Bíblia afirmar ser inspirada já a coloca numa categoria destacada perante outros livros. Logicamente, sua afirmação precisa ser verificada de alguma forma, assim como também examinamos todos os livros que se dizem divinos.
A declaração de inspiração, contudo, é explícita em muitos textos: 2 Timóteo 3.16-17 e 2 Pedro 1.20-21.
2 Timóteo 3.16-17
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
2 Pedro 1.20-21
“sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”
Estas afirmações de sua inspiração divina querem dizer que Deus estava por trás dos autores humanos, durante a redação dos livros individuais que compõem a Bíblia. A expressão chave de 2 Timóteo 3.16 é a frase “Toda Escritura é inspirada por Deus” é explicada por 2 Pedro 1.21 que diz que os autores humanos que escreveram a Bíblia, fizeram isto sob a influência e controle do Espírito Santo, de forma que o que eles falaram não era deles, mas de Deus.
 
Tal declaração bíblica elimina todo tipo de mal entendido sobre o significado da chamada “Inspiração da Bíblia”. O texto mostra que os homens falaram da parte de Deus, mas ainda como homens, ou seja, não era um processo de simples ditado ou de “psicografia”. O Espírito Santo, agindo nestes profetas, fez com que falassem a vontade de Deus usando as palavras e o estilo do próprio autor. O resultado é divino em verdade e origem, mas humano em formato.
A aceitação da Bíblia como livro inspirado por Deus é um ato e decisão de fé: isto quer dizer que não se aceita este ensino sem confiar em Deus. Contudo, a Escritura não apela para a irracionalidade ou superstição. As Sagradas Escrituras mostram as evidências de ser um livro inspirado por Deus. Quando estudamos a Bíblia à luz de certos ramos verdadeiros do conhecimento humano, percebemos, facilmente, a inspiração divina da Bíblia.
Se a Bíblia fosse um livro, “cheio de erros”, como dizem alguns, a afirmação de ser um livro inspirado por Deus estaria comprometida, pois, se um livro erra a todo instante, é obra humana e de pouco valor. Contudo, o que se observa é que a Bíblia é um livro “cheio de acertos” em todas as áreas do conhecimento humano: história, geografia, ciências biológicas, psicologia, etc. Embora a Bíblia não seja livro texto destas matérias, sua afirmações em cada uma destas áreas, sempre pode ser verificada como correta.

As profecias bíblicas, contudo, são uma das provas mais importantes a favor de sua inspiração. Só um livro escrito sob a direção de Deus, poderia prever detalhes da história e, sobretudo, da carreira de Jesus na terra, com tanta precisão e antecedência.
Estas “provas” da inspiração da Bíblia podem ser encontradas em muitos livros sobre a fé cristã. O próximo capítulo deste livro trata um pouco desta questão. No momento, contudo, basta afirmar e lembrar que a Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, precisaria chegar a nós bem conservada para que pudesse ser útil. E foi exatamente isto que aconteceu

domingo, 3 de março de 2013

“Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” - Filipenses 4:6-7

Este é um dos textos mais reconfortantes e encorajadores da Bíblia. Os crentes podem sempre encontrar força renovada aqui. A maravilhosa verdade é que Deus está presente conosco sempre. Ele está perto de cada crente cada momento de cada dia e Ele sabe o que estamos passa
Não andeis ansiosos por coisa alguma contrasta com estar preocupado que revela uma falta de confiança na soberania e poder de Deus. Como crentes, temos que realizar que a nossa confiança na vida não vem de nós mesmos, mas do Deus todo-poderoso do universo. É por isso que Paulo nos diz para não se preocupar com nada. Se nós nos preocupamos estamos basicamente dizendo que Deus não pode lidar com o assunto. Por outro lado temos que levar tudo a Deus em oração e a Sua paz guardará os nossos corações e mentes. Crentes, que permanecem firmes em Cristo, respondem a testes e suportam as dificuldades com a oração agradecida.
Jesus disse aos Seus seguidores, no Sermão do Monte. “Não se preocupem com a comida ou com a bebida que precisam para viver ou mesmo com as roupas que precisam para se vestir. … Não se preocupem com o dia de amanhã … (Mateus 6:25-34).

Temos um Pai celestial que nos ama, cuida de nós, e é capaz de ajudar e apoiar-nos – então por que se preocupar ou ficar ansioso? 
Mas em tudo, pela oração e súplica. Paulo enfatiza a nossa grande necessidade de levar todas as coisas, sem exceção, a Deus em oração. Assim que temos uma necessidade ou problema devemos levar-lo ao Senhor em oração. Apresentamos os nossos pedidos ao Senhor com confiança dependendo de Sua segura provisão para nos ajudar em nossos momentos de necessidade.
Lembre-se do servo de Abraão junto à fonte em Naor pedindo orientação específica para encontrar uma noiva para Isaque (Génesis 24:12-14), ou Ezequias, espalhando a sua carta de Senaqueribe inimigo diante do Senhor no Templo (Isaías 37:14-20). 

Com ações de graças sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus. A atitude que devemos ter ao apresentar nossas súplicas ao Senhor é uma de agradecimento confiando Nele para as respostas que Ele irá revelar a nós através do Espírito Santo. Deus faz tudo trabalhar junto para o nosso bem e Sua glória. 
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” Deus nos dará uma paz além do entendimento que guardará o nosso coração e mente ao resistir e permanecer firme no Senhor. 1 Pedro 5:10 diz: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.” Deuteronômio 31:6 nos lembra que: “Deus não nos deixará ou nos abandonará.”
 
Podemos ter essa paz maravilhosa como crentes. Deus vai responder às nossas solicitações de Sua maneira e em Seu tempo, e nos dará a Sua paz que excede todo o entendimento. É uma paz que é maior que qualquer coisa que jamais poderiamos imaginar. É um fator de estabilidade e segurança que nos dará descanso no nosso soberano Pai. “Por isso devemos nos aproximar com confiança do trono do nosso Pai que é cheio de amor, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para nos ajudar na hora em que precisarmos.” (Hebreus 4:16) 
É preciso haver rendição diária, e um renovado compromisso com O único que nos guia e nos mantém forte. Uma vez que temos paz com Deus, podemos então ir desfrutar da paz de Deus no dia a dia. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” (Isaías 26:3).