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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Descansando com o Senhor

“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra, e todo o seu exército. E havendo DEUS terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou DEUS o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”. (Gênesis 2:1-3).
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu DEUS; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o SENHOR abençoou o dia de sábado, e o santificou”. (Êxodo 20:8-11).
Este é o grande sumário da Criação, e o relato de sua celebração. Os dias da Criação são suficientemente designados por serem numerados, mas o dia que celebra a criação completa é honrado por ter um nome. O nome do sétimo dia é “sábado”. Assim um duplo propósito é atendido. Com a designação do sétimo dia é ele distinguido de todos os outros dias, e pela enumeração dos demais dias, o fato de ser o sábado definidamente um dia que sempre ocorre é tornado proeminente. Mas o texto narra a sua própria história quanto ao dia que é o sábado; e é um dos mandamentos certos de DEUS que “permanece para todo o sempre” (Salmo 111:8). O que devemos fazer aqui é chamar a atenção às lições espirituais a serem aprendidas pela concessão do sábado ao homem.
CRISTO, como bem sabemos, é o grande Criador. Ele é a sabedoria de DEUS, e o poder de DEUS. “Pois Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coias. Nele tudo subsiste”. (Colossenses 1:16 e 17). “Sem Ele nada do que foi feito se fez”. (João 1:3). 

Quando o registro declara que em seis dias DEUS fez os céus e a terra, significa DEUS em CRISTO, pois CRISTO é a única manifestação de DEUS conhecida aos homens. Portanto, também sabemos que  deve ter sido CRISTO que des­cansou no sétimo dia, após completar a obra da Criação, e que foi CRISTO que abençoou o sétimo dia, e o santifi­cou. Assim, o dia de sábado é um enfático senso do “Dia do SENHOR”. (Apocalipse 1:10).
Por que o sábado foi feito? “O sábado foi feito por causa do homem”. (Marcos 2:27). É para ele, no sentido que é não é contra ele. Não se trata de algo arbitrário imposto ao homem, – algo para ele observar sim­plesmente porque DEUS assim diz – mas algo que lhe é dado para sua ajuda. É uma bênção que DEUS lhe concedeu. Está entre “as coisas que conduzem à vida e à piedade” (II Pedro 1:3), concedidas a nós por Seu divino poder.
Por que foi o sábado concedido? O SENHOR, mediante o profeta, oferece a resposta nestas palavras: “San­tificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o SENHOR vosso DEUS”. (Ezequiel 20:20). Um sinal é uma marca pela qual as pessoas devem conhecer a DEUS. Portanto, não há lugar para supor que o sábado foi simplesmente para o propósito de distinguir os judeus das outras pessoas. Foi feito antes que os judeus tivessem existência. Foi para que pudessem conhecer a DEUS; e aquilo que serviria para fazê-los conhecer a DEUS serviria ao mesmo propósito para todas as demais pessoas. Foi dado a Adão no princípio para o mesmo propósito, – a fim de que ele conhecesse a DEUS e se lembrasse dEle.
Mas, como o sábado seria um sinal de que os homens conheceriam a DEUS? A resposta a isto é encontrada na epístola aos Romanos: “Porquanto o que de DEUS se pode conhecer é manifesto entre eles, porque DEUS lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de DEUS, assim o Seu eterno poder como também a Sua pró­pria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coi­sas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis”. 
 
 (Romanos 1:19 e 20). Temos somente que lembrar de algumas das coisas notadas nas páginas precedentes para ver como DEUS é conhecido por Suas obras.
Contudo, novamente surge a pergunta: Como o sábado nos faz conhecer o verdadeiro DEUS? Ora, aca­bamos de ler que o eterno poder e divindade do Criador são vistos das coisas que Ele criou, e o sábado é o grande memorial da Criação. O SENHOR descansou no sétimo dia, após os seis dias da Criação, e abençoou e santificou o dia, porque nele havia descansado de todas as Suas obras. Assim, lemos: “Grandes são as obras do SENHOR, consideradas por todos os que nelas se comprazem. Em Suas obras há glória e majestade, e a Sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as Suas maravilhas; benigno e misericordioso é o SENHOR”. Algumas versões traduzem mais literalmente: “Ele fez um memorial para as Suas maravilhosas obras”. (Salmo 111:2-4).
A única coisa necessária para o homem aprender nesta vida é DEUS. O poeta pode nos dizer que o estudo apropriado da humanidade é o homem, mas o SENHOR nos diz que o estudo apropriado da humanidade é DEUS.
Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o SENHOR, e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o SENHOR”. (Jeremias 9:23 e 24).
 Ao conhecê-Lo nós temos tudo quanto vale a pena conhecer, pois Ele é a verdade, e toda a verdade. JESUS CRISTO é a sabedoria de DEUS, e nEle estão contidos “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. (Colossenses 2:3).
O sábado tem o propósito de termos em mente o poder criativo de DEUS, que é Sua característica distinti­va. Mas o poder criativo é o poder do evangelho, de modo que aquilo que celebra a Criação também celebra a redenção. CRISTO é o Redentor, porque nEle todas as coisas foram criadas. Ele concede a graça de DEUS aos ho­mens por Seu poder criador. O poder que salva os homens é o poder que criou os céus e a terra. Assim, quando o salmista declara que o SENHOR estabeleceu um memorial para as Suas maravilhosas obras, acrescenta imediatamen­te: “Benigno e misericordioso é o SENHOR”. Em CRISTO, a graça do PAI é revelada. “E o verbo Se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do PAI”. (João 1:14).
 Ele concede a Sua graça, que oferece ajuda em tempo de necessidade, pelo mesmo misterioso e extraordi­nário poder pelo qual Ele criou a Terra; pelo mesmo poder pelo qual os raios do sol transmitem vida às plantas da terra.
Notem quão inseparavelmente CRISTO está ligado ao sábado. É por meio dEle que todas as coisas são criadas, e são todas mantidas. Mas as obras de DEUS revelam o Seu eterno poder e Divindade; e CRISTO é o poder de DEUS, e nEle habita toda a plenitude da Divindade corporalmente. Portanto, as obras da criação revelam o poder e divindade do SENHOR JESUS CRISTO. O sábado é o grande memorial das maravilhosas obras de DEUS em CRISTO, e assim é o grande sinal da divindade de CRISTO. Observar o sábado como DEUS designou por ocasião da Criação é reconhecer a divindade de CRISTO. Na medida em que a pessoa deixa de observar o sábado do SENHOR em espírito e em verdade, falha em reconhecer a divindade de CRISTO, e em receber o benefício que deriva do fato de Sua divindade.
Isso é indicado nas palavras de CRISTO aos fariseus que injustamente acusavam a Ele e aos Seus discípulos de quebrantarem o sábado, porque satisfaziam sua fome nesse dia, e devido a que curara um homem no sábado. Dis­se Ele: “O Filho do homem é SENHOR até do sábado”. (Mateus 12:8). Não é de pouca monta o fato de ser Ele o SENHOR do sábado. Ser SENHOR do dia de sábado significa que Ele é o Criador dos céus e da terra – que é SENHOR de tudo.
Há uma bênção especial ligada ao sábado. É verdade que muitos que professam observar o sábado não recebem essa bênção; mas isso se dá porque realmente não O conhecem. A declaração da Escritura é de que DEUS abençoou o sétimo dia, e o santificou. Ele abençoou o dia. Não há dia da semana em que os homens possam não ser abençoados pelo SENHOR. Na verdade, tanto bons quanto maus são igualmente objetos das bênçãos de DEUS cada dia. Não somente assim, mas os que buscam o SENHOR podem encontrar bênçãos especiais a qualquer época. O SENHOR está sempre perto, e sempre Se dispõe a abençoar; todavia, há uma bênção que acompanha o dia de sábado e que não pode ser achada em nenhum outro lugar. É a bênção sabática. DEUS colocou a Sua bênção sobre o sába­do, e a bênção sabática somente acompanha o sábado. Ninguém pode encontrar algo onde tal não exista. A bênção sabática não foi colocada sobre nenhum dia, exceto o sétimo; portanto, não pode ser encontrada em nenhum outro lugar.
Para que é essa bênção? É para o mesmo propósito por que todas as bênçãos de DEUS são concedidas. “Tendo DEUS ressuscitado ao Seu Servo, enviou-O primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades”. (Atos 3:26). DEUS abençoa os homens, não porque são bons, mas a fim de que possam tornar-se bons. Todas as Suas bênçãos têm o propósito de afastá-los do pecado para vol­verem-se a Ele. Se os homens conhecem o SENHOR, então as bênçãos que Ele concede têm o propósito de atraí-los para mais próximo dEle ainda. Assim se dá com o sábado. É para volver os homens a DEUS, lembrando-os de Sua bondade e gracioso poder. O poder da Criação é o poder de CRISTO. CRISTO é de DEUS, “feito para nós sabedoria, e justificação, e santificação, e redenção”. O poder pelo qual Ele nos dá essas coisas é o poder pelo qual criou os mundos. Portanto, encontramos um sentido mais profundo nas palavras do SENHOR. “Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o SENHOR que os santifica”. (Ezequiel 20:12). A bênção do sábado é a bênção da santificação. Sendo o sábado o memorial da Cria­ção de DEUS, deve fazer-nos conhecer o poder de DEUS para nos tornar inteiramente novas criaturas em CRISTO.
Não se perca de vista que o sábado foi dado ao homem no Éden, antes que o pecado entrasse no mundo. Trabalho foi confiado a Adão, mas não era um trabalho cansativo. O trabalho não faz parte da maldição, mas o cansaço do trabalho sim. Não foi senão depois da queda que foi dito a Adão: “Maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás”. (Gênesis 3:17-19). Tudo isso se deu porque ele havia pecado. Se tivesse se mantido leal a DEUS, a terra teria produzido abundantemente apenas o que é bom, e o trabalho teria se revelado um prazer. Contudo, o sábado teria sido observado, não como um descanso para o corpo, que jamais se faria cansado, mas como um período de deleitosa comunhão com DEUS.
Uma lição prática pode ser aprendida neste ponto a respeito da legislação sabática. Se o sábado fosse meramente para o propósito de dar aos homens repouso físico, a fim de que pudessem ser capazes de começar o empenho por riqueza mais decididamente na semana seguinte, seria possível que o governo requeresse que todos os homens observassem o sábado. Mas, sendo que o repouso do sábado é de caráter espiritual, patenteia-se a im­possibilidade de se obrigar quem quer que seja a observar o dia de repouso. As coisas espirituais pertencem ao ESPÍRITO de DEUS. O repouso sabático, sendo espiritual, é o repouso que somente o ESPÍRITO de DEUS pode conce­der, e o ESPÍRITO de DEUS não está sujeito a atos do parlamento, ou decretos de tribunais. Embora o sétimo dia, o dia que o próprio SENHOR abençoou e santificou, fosse o dia buscado para ser imposto, o resultado seria o mesmo. DEUS não Se vale de compulsão, e Ele não autorizou homem nenhum ou qualquer corpo de homens a empregá-lo em Seu lugar. O sábado é para o homem; é a maior bênção que DEUS tem para o homem. É o que lhe mostra o poder pelo qual pode ser salvo. Obrigar os homens, portanto, a observar o sábado seria o mesmo que obrigá-los a serem salvos. CRISTO declara que Ele atrairia a Si todos os homens, mas não os obriga a vir. Ele é o Bom Pastor; como tal vai à frente das ovelhas, e as conduz por Sua voz, mas não as força com uma vara.
Está claro que a mera restauração corporal não é o objetivo do dia de sábado, e que apenas abster-se de tarefas físicas não constitui absolutamente a essência da observância sabática. Contudo, a cessação integral de to­das as nossas obras, seja da espécie que for, está implícita no sétimo dia. Isso não só com o fito de nos conceder tempo para contemplar as obras de DEUS sem interrupção, mas para causar uma lição muito necessária de confian­çaem DEUS. Aocessarmos todos os nossos labores pelos quais conseguimos os meios para viver, é-nos lembrado o fato de que DEUS nos supre não somente bênçãos espirituais, mas também as necessidades temporais. Portanto, reconhecemos que, ainda que em obediência ao Seu mandamento trabalhemos pelo nosso pão diário, dependemos tanto dEle quanto se nada fizéssemos.
Um entendimento apropriado do sábado e de seu objetivo, portanto, para sempre descartaria a indagação que frequentemente surge nas mentes das pessoas convencidas de que devem obedecer a DEUS na questão da ob­servância sabática. A questão é: “Se tenho que observar o sétimo dia, como obterei o meu sustento? Certamente perderei o meu posto, e sendo que comparativamente poucas pessoas observam esse dia, e é o principal dia de negócios da semana, não terei condições de encontrar emprego. O que posso fazer?” Digo que uma pergunta des­sas jamais será formulada por alguém que conhece a natureza e objetivo do sábado. Ele saberá que o próprio sá­bado oferece a resposta. A própria ideia da observância do sábado é de perfeita confiança em DEUS, cujo poder trouxe o universo desde o nada, e o sustém, e cujo amor por Suas criaturas é igual a Seu poder de lhes fazer bem.
Responderá também à indagação, ou melhor, impedirá que seja suscitada, sobre se um homem deve num caso extremo trabalhar no sábado na lavoura, quando esta parece ser a única esperança de garantir a safra. Ele saberá que o DEUS que pode fazer o milho crescer, é plenamente capaz de protegê-la, ou fazer ampla provisão para ele doutro modo se a colheita tiver que ser destruída. Mas todos entenderão que a perfeita observância do sábado é coerente com a concessão de todo cuidado necessário aos afligidos, pois o próprio sábado nos faz lem­brar que DEUS é “misericordioso e compassivo”.

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