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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A visita da rainha de Sabá


1 A rainha de Sabá soube da fama que Salomão tinha alcançado, graças ao nome do Senhor, e foi a Jerusalém para pô-lo à prova com perguntas difíceis.
2 Quando chegou, acompanhada de uma enorme caravana, com camelos carregados de especiarias, grande quantidade de ouro e pedras preciosas, fez a Salomão todas as perguntas que tinha em mente.
3 Salomão respondeu a todas; nenhuma lhe foi tão difícil que não pudesse responder.
4 Ven­do toda a sabedoria de Salomão, bem como o palácio que ele havia construído,
5 o que era servido em sua mesa, o alojamento de seus oficiais, os criados e os copeiros - todos uniformizados - e os holocaustos que ele fazia no templo do Senhor, a visitante ficou impressionada.
6 Então ela disse ao rei: "Tudo o que ouvi em meu país acerca de tuas realizações e de tua sabedoria é verdade.
7 Mas eu não acreditava no que diziam, até ver com os meus próprios olhos. Na realidade, não me contaram nem a metade; tu ultrapassas em muito o que ouvi, tanto em sabedoria como em riqueza.
8 Como devem ser felizes os homens da tua corte, que continuamente estão diante de ti e ouvem a tua sabedoria!
9 Bendito seja o Senhor, o teu Deus, que se agradou de ti e te colocou no trono de Israel. Por causa do amor eterno do Senhor para com Israel, ele te fez rei, para manter a justiça e a retidão".
10 E ela deu ao rei quatro mil e duzentos quilos de ouro e grande quantidade de especiarias e pedras preciosas. Nunca mais foram trazidas tantas especiarias quanto as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
11 (Os navios de Hirão, que carregavam ouro de Ofir, também trouxeram de lá grande quantidade de madeira de junípero e pedras preciosas.
12 O rei utilizou a madeira para fazer a escadaria do templo do Senhor e a do palácio real, além de harpas e liras para os músicos. Nunca mais foi importada nem se viu tanta madeira de junípero.)
13 O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou e pediu, além do que já lhe tinha dado por sua generosidade real. Então ela e os seus servos voltaram para o seu país. 

1 Reis 10

Pouco se sabe sobre a belíssima rainha de Sabá, cuja história é repleta de mistério. A parte conhecida de sua história está relatada no Velho Testamento, datada do século 6 d.C., e em um dos livros de Talmudu (coletânea das tradições orais judaicas).

No Alcorão (livro sagrado muçulmano) encontramos referência à suposta cidade natal da rainha, Marid. Dentre todos os relatos a respeito da rainha de Sabá, o mais conhecido é o da Etiópia, o Kebra Nagast, do século 11 a.C. Segundo esse documento, ela teria assumido o trono com apenas 15 anos de idade, após a morte do pai.
Em Sabá as mulheres e os homens possuíam praticamente os mesmos direitos, por isso sua coroação foi muito festejada pelos súditos. A única coisa que fazia a diferença entre homens e mulheres em seus direitos era a determinação religiosa de a rainha manter-se virgem. Como uma boa seguidora dos costumes de seu povo, Bilqis como era chamada no Alcorão, aceitou conformada. Já que não poderia jamais deliciar-se com os prazeres carnais, dedicou-se ao estudo da filosofia e do misticismo. Seu reinado esbanjou luxo e riqueza, isso graças à farta colheita, que era estimulada por avançadas técnicas de irrigação, e à localização privilegiada que impulsionava o comércio.
Sabá era ponto de encontro de mercadores vindos de todos os lugares. Vendia-se e comprava-se de tudo pelas pequenas ruas do reino, em especial mercadorias oriundas do Oriente. Para se distrair a rainha circulava em meio ao tumulto do comércio. Gostava de conversar com os viajantes. Foi em uma dessas conversas, que soube da existência do rei Salomão. Foi o chefe das caravanas reais, Tamrim, quem lhe relatou a história de tal rei.
Ele vendia incensos de Sabá para diversos lugares do mundo e trazia muitos tecidos e jóias para a rainha. Ao retornar de uma viagem à cidade de Jerusalém, ele contou que havia feito negócios com um rei cujo nome era Salomão, muito rico e que tinha fama de sábio e generoso. A soberana ficou muito intrigada com os dotes intelectuais do rei de Jerusalém, então resolveu viajar para conhecer o soberano pessoalmente. Anunciou que iria junto com Tamrim em sua próxima viagem à Jerusalém. Para isso saiu pelo reino em busca de presentes para Salomão.
A comitiva tinha 800 animais e apesar da curta distância a viagem durou seis meses. Chegando à Jerusalém, a rainha se dirigiu ao palácio, trajando roupas caras, coberta de jóias e seguida por servos trazendo os presentes para o anfitrião. Divertiu-se testando a sagacidade de Salomão. Muito culta e bem-humorada ela disparou um arsenal de charadas com a intenção de desafiá-lo. O rei, muito sábio, não deixou nenhuma pergunta sem resposta.
Por sua vez, Salomão pregou a ideologia e os valores de sua religião, o Judaísmo, e conquistou mais uma adepta. Como um grande sedutor, ele também cortejou a visitante. Mesmo tendo feito o voto de castidade, a rainha de Sabá em sua primeira noite no palácio não resistiu ao charme de Salomão e se entregou a ele. Permaneceu meses na companhia de Salomão e retornou para casa grávida do amado. O filho foi chamado de Menilek.
Após o retorno da rainha, os relatos foram se tornando escassos. Nenhuma das histórias sobre a rainha de Sabá é arqueologicamente comprovada. Dessa forma, a célebre e lendária rainha tornou-se um grande enigma da história. Não há comprovação de sua verdadeira história e nem relatos de seu fim.

Surge um novo Eldorado na História: O Reino de Sabá

Fragmentos de ossos, cerâmica e tecido recolhidos em Sanaá foram submetidos, nos Estados Unidos e no Egito, a testes de datação pelo método carbono 14, que apontaram a data aproximada do material: 300 anos a.C., ou seja, cerca de 600 anos após o reinado da famosa rainha de Sabá.
Pelas roupas e pelo sapato de couro das múmias, de altíssima qualidade, os arqueólogos iemenitas concluíram se tratar de alguma família sabéia de grande destaque. Junto às múmias encontraram-se também bastões com caracteres típicos do sul da Arábia, os quais, segundo os especialistas, poderiam ser uma forma antiga de carta. Ou, quem sabe, mensagens que os mortos levavam para uma vida futura, num costume similar ao dos egípcios, que faziam inscrições em suas tumbas, e ao dos nórdicos, que enterravam seus guerreiros junto com o barco e as armas que lhes pertenciam.
Essa descoberta do Iêmen lança nova luz sobre a Antiguidade, limitada nos livros de História ao Egito, à Grécia, a pouca coisa sobre hebreus, persas, assírios e nada, nem um mapa, sobre a desenvolvida e rica civilização de Sabá. Agora que o Iêmen parece ter posto fim às lutas internas, é provável que surjam em ritmo crescente revelações sobre esse paraíso perdido.

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