BUSCAPÉ

sábado, 26 de janeiro de 2013


Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos; 

Na sua segunda viagem missionária, Paulo passou por Éfeso (Atos 18:18-21). Ficou pouco tempo, mas deixou Áqüila e Priscila, seus companheiros desde o tempo que ele havia ficado em Corinto (Atos 18:1-3). Paulo saiu de Éfeso com a intençao de voltar. Terminou a segunda viagem em Antioquia, donde partiu na terceira (Atos 18:22-23).
Antes de Paulo chegar de volta a Éfeso, um outro pregador passou pela cidade. Apolo foi um pregador capaz e eloqüente, mas chegou em Éfeso com entendimento incompleto da obra do Senhor. Ele entendeu o plano de Deus até o batismo de João, mas evidentemente não conheceu o comprimento do plano de Deus. João e seu batismo olhavam para frente, ainda esperando a morte e a ressurreição de Cristo. Áqüila e Priscila ensinaram este evangelista zeloso e ele continuou pregando ousadamente em outros lugares, principalmente na Acaia (província que incluia a cidade de Corinto). O relato desta história se encontra em Atos 18:24-28.
Quando Paulo chegou a Éfeso, ele encontrou um grupo de discípulos que nada sabiam da vinda do Espírito Santo (Atos 19:1-2). Pelo contexto, deduzimos que estes discípulos ouviram e aceitaram a mensagem pregada por Apolo antes de aprender melhor de Áqüila e Priscila. Paulo esclareceu o assunto, mostrando que Jesus já morreu, ressuscitou, voltou aos céus e enviou o Espírito Santo. Entendendo melhor, estes doze homens "foram batizados em o nome do Senhor Jesus" (Atos 19:3-5). Depois do batismo, Paulo impôs as mãos e eles receberam dons de línguas e profecia do Espírito Santo (Atos 19:6-7).
Paulo continuou em Éfeso por três anos (Atos 20:31), ensinando na sinagoga e na escola de Tirano, realizando milagres extraordinários, e conduzindo muitas pessoas a Cristo. O trabalho de Paulo e outros discípulos em Éfeso provocou um grande tumulto por parte dos seguidores da "deusa" Diana (Atos 19). Paulo prosseguiu para a Macedônia e a Grécia. Na volta, passou perto de Éfeso. De Mileto, ele chamou os presbíteros da igreja de Éfeso e conversou com eles, avisando sobre o perigo de lobos vorazes entrarem no meio deles (Atos 20).
Paulo continuou a sua viagem até Jerusalém, onde foi preso (Atos 21-23). Foi transferido para Cesaréia onde foi detido por dois anos ou mais (Atos 23-26) e, depois, foi levado a Roma (Atos 27-28). Lucas encerra a história do livro de Atos com Paulo ainda em Roma dois anos depois da chegada àquela cidade. Durante estes anos de prisão, ele escreveu o livro de Efésios (veja 3:1; 4:1; 6:20).
O Livro de Efésios
Há grandes similaridades entre Efésios e Colossenses. Um estudo paralelo dos dois livros mostra muitos pontos iguais e estruturas paralelas. Mas, os livros não são iguais. Colossenses frisa a primazia de Cristo. Efésios, também, fala de sua primazia, mas destaca mais o papel da igreja no plano eterno de Deus.
Existe um debate sobre os destinatários da carta. Alguns manuscritos omitem as palavras "em Éfeso" em 1:1. Nós não entraremos nesta discussão aqui, porque não muda o sentido do livro para nós. Se Paulo enviou esta carta exclusivamente aos efésios ou a vários irmãos em diversos lugares, a mensagem para os dias de hoje é a mesma.
Entre os assuntos tratados neste livro:
As bênçãos espirituais em Cristo
A primazia de Jesus Cristo
A salvação pela graça mediante a fé
A paz em Cristo
O plano eterno de Deus para a igreja
Os dons concedidos à igreja para promover a edificação dela
A importância da santificação
A conduta cristã em várias relações: marido/mulher, pais/filhos, servos/senhores
A armadura de Deus para enfrentar os inimigos espirituais


Como filhos de Deus, devemos imitá-lo (1). Que desafio! Imitar o Deus santo que nos criou!
Especificamente, devemos imitar o amor de Cristo (2).
**Obs.: O amor resume os mandamentos de Deus (Mateus 22:37-40), mas não temos direito de definir o amor ao nosso agrado. Deus nos ensina como amar (1 João 4:7-12). Em amor, guardamos os mandamentos dele (João 14:15,23). O amor é a mais elevada das qualidades produzidas pelo Espírito na vida do cristão (veja 1 Coríntios 13:4-7,13; Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:5-7).
Andar em amor (2). Andávamos no pecado, fazendo a vontade da carne (2:2-3). Agora andamos em boas obras (2:10). O amor se torna o caminho da vida do discípulo.

Para andar em amor, temos de abandonar as obras da carne, que não mostram amor para com o nosso santo Deus (3-4).
Obs.: "...nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos". No passado, andávamos no pecado praticando coisas inconvenientes que não pertencem a nova vida. Não devemos sentir orgulho, nem achar engraçadas as coisas do passado. Rejeitemos o velho homem por completo.
A boca que usávamos no passado para falar coisas vãs e profanas serve agora para agradecer ao Senhor (4).
Pessoas que continuam praticando as obras da carne não terão herança no reino de Cristo (5-7). Note o significado das palavras usadas aqui:
(1) Incontinente: a palavra grega (pornos) traz o sentido de fornicador ou pessoa imoral.
(2) Impuro: literalmente, uma coisa não lavada ou não purificada. Precisamos ser lavados em o nome de Jesus (1 Coríntios 6:11).
(3) Avarento: aquele que deseja adquirir mais e mais coisas, especialmente desejando as coisas dos outros. Bens materiais se tornam seu ídolo (veja Colossenses 3:5).
Podemos ser lavados de tais pecados (1 Coríntios 6:9-11), mas sem a justificação que vem de Jesus, não teríamos nenhuma esperança no reino do Senhor.
Alguém pode tentar nos enganar, minimizando o significado destes pecados (6). O mundo está cheio de pessoas que sugerem que alguns pecados são comuns, normais, até bons. Deus não considera tais coisas pecadinhos. Trazem a ira dele sobre as pessoas que os cometem.
A única solução ao problema: "Portanto, não sejais participantes com eles" (7). Não podemos fazer acordos com o pecado ou servir Cristo a meio termo. Temos de deixar o pecado e nos dedicar a ele.
Passamos das trevas para a luz. Observe os contrastes apresentados aqui:
Éramos trevas (5:8) X Agora somos luz (5:8)
Andávamos no pecado (2:1-2) X Andamos como filhos da luz (5:9)
Obras infrutíferas (5:11) X Fruto da luz (5:9-10)
Obras ocultas (5:12) X Todas as coisas manifestas (5:13)
Néscios (5:15) X Sábios (5:15)
Insensatez (5:17) X Compreensão da vontade do Senhor (5:17)
Embriagados com vinho (5:19) X Cheios do Espírito (5:17)
**Obs.: Não sejam cúmplices (11). A postura do cristão em relação ao pecado precisa ser bem definida. Não podemos ocultar a nossa fé (Marcos 8:38), nem devemos ser cúmplices nos pecados de outros. Muitas pessoas apóiam os erros de membros da própria família, ou participam de igrejas que ensinam e praticam coisas erradas, e procuram lavar as mãos como Pilatos o fez (Mateus 27:24). Paulo condena a cumplicidade no pecado, dizendo que devemos reprovar as obras das trevas. Amar a Deus exige odiar o pecado!
**Obs.: Como se encher do Espírito? A resposta está aqui! Não é algo que esperamos de fora, mas algo que fazemos, obedecendo a instrução de Paulo (18). Mas como? Ele continua nos versículos seguintes falando de três maneiras de nos encher do Espírito:
(1) Falando, entoando, louvando com salmos, hinos e cânticos espirituais (19).
(2) Dando graças ao Pai em nome de Jesus (20).
(3) Sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo (21).
Resumindo o ensinamento destes versículos, precisamos ocupar os nossos pensamentos com as palavras de Deus, desenvolver a nossa comunhão com ele, e demonstrar o espírito do Senhor em nosso serviço aos outros. Assim, estaremos nos enchendo do Espírito!
**Obs.: Cantando do coração (19). O louvor em muitas igrejas hoje é um espetáculo que agrada aos ouvintes. É um "louvor" que vem de baterias, guitarras e teclados e que mexe com as emoções das pessoas. É isso que Deus quer? Paulo falou aqui de adoração que vem do coração na forma de falar, entoar e louvar. Para isso, usamos a voz que Deus nos deu e o coração que entregamos a ele. Há uma grande diferença entre o louvor praticado em muitas igrejas modernas e a adoração simples do Novo Testamento. Nenhuma vez no Novo Testamento encontramos os cristãos primitivos usando qualquer tipo de instrumento no louvor. A adoração deles saiu do coração e foi transmitida pela voz, pela qual se instruiram e se aconselharam mutuamente. Assim, agiram em nome do Senhor Jesus e agradaram ao Senhor (Colossenses 3:16-17). Hoje, algumas pessoas achariam muito radical um louvor voltado ao Senhor feito na simplicidade que ele pediu! Tenhamos amor para ele e coragem para agradar a Deus, e não aos homens.
Obs.: "Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (20). Agir em nome do Senhor não quer dizer meramente falar "em nome de Jesus". Temos de agir pela autoridade dele em tudo que fazermos (veja Mateus 7:20-23; Colossenses 3:17). Quem respeita a autoridade de Cristo (Mateus 28:18-20) não ultrapassará a palavra dele (1 Coríntios 4:6; 2 João 9).


Nenhum comentário:

Postar um comentário